Inaugurou no passado dia 1 de agosto, no Museu de Arte Nova de Aveiro, a exposição “Morada Temporária”, um projeto artístico da artista plástica e curadora italiana Marzia Bruno, em parceria com a Câmara Municipal de Aveiro.

No texto de apresentação da exposição, a Prof. Dr.ª Maria Leonor Barbosa Soares, docente da FLUP, descreve o “habitar como caminhar. Habitar como respirar… Inspirando profundamente sabendo que logo em seguida se expirará todo o ar… sabendo que será necessário reservar e renovar um tempo de suspensão. Habitar o tempo curto como quem conscientemente se vê a atravessar um biombo. A exposição de Marzia Bruno encontra-nos nesses segundos que florescem rápidos, enraizados nas experiências de memórias associadas subtilmente a objetos e a sensações momentâneas. Muito fugazes, são “territórios afetivos e sensitivos” que mutuamente se embriagam e se deslocam no tempo, levemente, como pétalas soltas”.

Explorando a “Morada Temporária”, a professora salienta que “os vazios da casa/abrigo são provocados pela escultora para iniciarem diálogos com as obras da série “Cose di Casa”: amadurecem nostalgias – todo o espaço à nossa volta se desenha como interrogações. Os momentos entrelaçam-se, alguns com ímpeto fugidio, outros com o desejo de permanecer. As memórias sobrepõem-se em transparências e criam aspirações de baloiços apoiados em ramos de árvores indefinidas”.

A justaposição de referências combina com “o branco, que lentamente tudo une, deixa vogar o aroma das sombras dos percursos e anos vividos em Itália e a eles acorrem os tons e calor de Cabo Verde, a luminosidade e aragem de Aveiro e os reflexos do rio, do Porto, espaços permanente registados nas histórias de criação de Marzia Bruno”.

Enquadrado no dispositivo expositivo que é o Museu de Arte Nova e “sentindo o corpo em viagem, vivendo os lugares como quem atravessa uma moldura (ou um biombo), a escultora vai ao encontro de “campos” de poesia que transforma em trechos de apontamentos de memórias, discretos cenários que a acompanham numa itinerância assumida. Contudo, como o ar que se desloca, tudo se transforma: os objetos-registos de acontecimentos reorganizam-se, transferem sensações entre si. Por vezes, alternam identidades”.

A exposição estará patente ao público até ao dia 27 de setembro, de terça a domingo, das 10:00 às 12:30 e das 13:30 às 18:00.


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