Percepção e Realidade é o denominador comum que circunscreve esta exposição individual de Ana Isabel Hitzemann ao apresentar uma série de doze trabalhos de pintura realizada entre 2012 e 2016. Na senda da série “Pausa Quebrada”, composta por dez pinturas e exposta em 2007, a artista remete-a para a apuração emocional, a captação da realidade e a mudança de perspetiva da representação, criando um espaço de possíveis. O espaço pictórico torna-se mais amplo e a parcialidade pictórica dos bancos dá lugar à integralidade. A intervenção curadorial na Fortaleza de São João da Foz integra doze pinturas que se apropriam de paisagens, atribuindo-lhes novos sentidos, e cria um diálogo entre o espaço histórico e obras que refletem uma realidade identitária de ambientes exteriores. Este diálogo, enquanto catalisador e difusor, possibilita reflexões e interpretações à volta da vivência do lugar, potencializado pela experiência da fruição quotidiana dos bancos.

Partindo do fascínio matérico e manipulativo da madeira e do ferro, esta exposição propõe uma imersão no universo criativo de Ana Isabel Hitzemann. Nesta etapa do seu percurso pictórico, a artista constrói um universo baseado numa subjetividade e numa realidade fotografada da cidade do Porto e da aldeia de Curia. O decorrer da busca e o enquadramento são os ingredientes que alimentam as suas composições onde a relação real/ficcional é analisada. A sensibilidade artística de Ana Isabel Hitzemann recai sobre objetos do dia a dia e nas suas percepções inconscientes inerentes. Os mais banais eventos do quotidiano, que se tornam subjetivamente invisíveis aos nossos olhos, captam a sua atenção e “os bancos vermelhos da Foz são bancos da minha terra”. O significado dos bancos representa, de uma certa forma, a “desconstrução do sossego”, conforme a artista declara.

Torna-se assim evidente a aglutinação no discurso curadorial da “desconstrução do sossego” das obras e dos lugares, a sua integração neste espaço histórico e a função simbólica atribuída ao ato da descodificação. Deste modo, cria-se uma trama de referências e sensações através da convergência entre o binómio espaçoobras, sincronização áudio e vivências de momentos e lugares, remetendo à memória detalhes intimistas de espaços partilhados.

Torna-se assim evidente a aglutinação no discurso curadorial da “desconstrução do sossego” das obras e dos lugares, a sua integração neste espaço histórico e a função simbólica atribuída ao ato da descodificação. Deste modo, cria-se uma trama de referências e sensações através da convergência entre o binómio espaço-obras, sincronização áudio e vivências de momentos e lugares, remetendo à memória detalhes intimistas de espaços partilhados.

Informações
29 de setembro – 1 de outubro 2017
Fortaleza de São João da Foz
Esplanada do Castelo
4150-196 Porto